Ceratocone: o que é, sintomas, causas e mais!

O Ceratocone é uma doença degenerativa genética não inflamatória que afeta a córnea estruturalmente. Se caracteriza por uma redução da espessura da parte central da córnea, o que gera o formato de um cone. Na maioria dos casos é bilateral e assimétrico, ou seja, ela afeta os dois olhos, mas em intensidades diferentes.

Além da deformação na córnea, o efeito mais normal dessa doença é causar um astigmatismo severo e irregular nas pessoas que a possuem. É uma condição que não tem cura, mas o tratamento correto consegue estabilizar seu avanço.

Essa patologia acomete cerca de 150 mil brasileiros por ano. Comumente, começa a se manifestar entre os 10 e os 25 anos e pode se agravar gradativamente conforme os anos passam e caso o indivíduo tenha realizado o tratamento correto, pode estabilizar entre os 30 e os 40 anos,.

Agora que você sabe o que é o Ceratocone, conheça mais detalhes sobre suas causas, sintomas e tratamentos. Para entender mais do assunto, continue sua leitura e entenda mais sobre a estrutura afetada por essa doença!

Mas, afinal, o que é a córnea?

Nosso olho é formato por diversas partes, como nervo óptico, retina e pupila. E a córnea nada mais é que outra dessas estruturas. Mais especificamente, entre todas, ela é a camada mais externa, funcionando como um tipo de película protetora.

Por ser o tecido translúcido responsável por captar a luz e focar as imagens, qualquer alteração em seu formato ou transparência acaba por prejudicar a visão!

E quais são as causas do ceratocone?

Como já mencionamos, essa é uma doença passada hereditariamente e que leva a um afinamento da parte central da córnea.

Essa diminuição da espessura da membrana é causada por uma redução dos antioxidantes – substâncias responsáveis por proteger as células que formam os tecidos. Eles atuam mantendo as fibras de colágeno saudáveis pois são elas que ajudam a manter a córnea no lugar.

Quando o colágeno enfraquece por conta do afinamento da membrana, ele não consegue mais fazer com que a superfície do olho mantenha sua estrutura correta. Assim, com o tempo, a córnea toma uma forma que se assemelha a um cone.

Ainda que seja uma doença genética, há fatores que estimulam o desenvolvimento dessa condição:

  • Esfregar os olhos com frequência;
  • Ter doenças como retinite pigmentosa, dematites, rinite alérgica e asma;
  • Ser uma pessoa com síndrome de Down ou de Ehlers-Danlos;

Agora que já sabe o que é Ceratocone e o que o estimula a se desenvolver, entenda quais os sintomas que você precisa ficar atento para conseguir identificar essa doença e iniciar o tratamento o mais cedo possível, minimizando os danos à visão.

Aprenda a identificar os sintomas do Ceratocone

Para não permitir que uma doença avance muito, conseguir identificar desde os primeiros sinais é essencial, afinal, essa percepção permite que o tratamento mantenha em estágios iniciais as consequências. Os indícios mais comuns quando essa condição se manifesta são:

  • Alta sensibilidade à luz – Fotofobia;
  • Perceber/ver círculos ao redor de fontes de luz;
  • Visão piorando gradativamente;
  • Percepção de uma sombra na parte inferior das imagens;
  • Visão distorcida ou embaçada;
  • Grande piora da visão para dirigir à noite;
  • Coceira exagerada nos olhos;
  • Dores, em casos mais avançados;

Muitos desses itens citados são um fator em comum entre vários dos problemas oculares, o que distingue o Ceratocone deles é a rápida evolução de todos esses problemas. Caso identifique esses sintomas, procure um oftalmologista o quanto antes!

Diagnóstico e possíveis tratamentos

Para conseguir um diagnóstico, o oftalmologista fará uma análise do seu histórico familiar e realizará alguns exames para avaliar suas condições oculares gerais e, também, para entender qual o estado da sua córnea.

Os exames padrão são a Paquimetria Corneana, que deve medir a espessura da área central da córnea e identificar se há algum nível de afinamento da mesma, e a Ceratometria, esse mede a curvatura da película ocular. É realizada também a Tomografia da córnea, que oferece uma imagem 3D da estrutura ocular e permite avaliar diversos aspectos dela, e a Topografia (Ceratoscopia) Corneana, examina mais detalhadamente a forma e curvatura dessa estrutura.

Caso seja necessário, o médico pode pedir mais avaliações para identificar qual a melhor forma de tratar a doença em cada caso.

Tratamentos do Ceratocone: saiba as opções!

A forma de tratar essa condição varia conforme as características de cada paciente e o estágio de distorção em que a córnea se encontra. Após a realização da topografia corneana é que o oftalmologista conseguirá identificar a melhor forma de lidar com o Ceratocone.

É possível classificar os casos das pessoas acometidas por esse problema em três níveis, iremos explicar abaixo quais as medidas tomadas em cada um deles.

Casos leves a moderados

Para esses, existem duas opções: óculos ou lentes de contato.

O primeiro sendo apenas um auxílio temporário na melhora do paciente, uma vez que apenas corrige uma parcela dos erros de refração da luz e não impede a progressão do Ceratocone. Os óculos ajudam diminuindo os efeitos do astigmatismo causado pela doença.

Já as lentes de contato são uma forma mais eficaz de combater esse problema, já que estão em contato direto com a córnea e ajudam a corrigir as deformações oculares “mais de perto”. Mas não pense que qualquer modelo está ligado ao tratamento: os modelos corretos a serem usados são a lente rígida e a escleral.

Casos moderados a graves

Uma das técnicas menos invasiva, mas que não deixa de ser um procedimento cirúrgico, de se tratar o Ceratocone em casos moderados à grave é o Crosslinking. É realizada uma raspagem da córnea e aplicado um colírio de Vitamina B2. Logo após isso, o olho é exposto a luz ultravioleta A, e o resultado é um fortalecimento das fibras de colágeno.

Outra técnica para esses casos são os Anéis de Ferrara ou Anéis intracorneanos. Eles buscam corrigir a distorção da córnea ao inserir anéis de acrílico no globo ocular. Feito em questão de minutos, é capaz de reduzir ou até mesmo impedir que o Ceratocone avance.

Casos extremos

Para casos severos, a última opção de tratamento é o Transplante de Córnea. É realizado apenas quando nenhum dos outros recursos surtiram efeito para estabilizar o avanço do Ceratocone. Os pacientes que chegam a esse estágio possuem a visão significativamente comprometida e os danos ao tecido da córnea são graves.

Esse e os outros procedimentos cirúrgicos listados podem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

O conteúdo desse post serve para instruir e alertar você sobre essa doença tão comum que é o Ceratocone. Mesmo sem causar cegueira, ele ainda atrapalha o bem estar e, por isso, é muito importante estar atento aos sintomas. Esperamos que esse guia tenha respondido suas perguntas sobre o assunto e, caso ainda tenha restado alguma dúvida, fique a vontade para comentá-la!

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